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Um novo olhar sobre as incertezas do cotidiano

Em meio as tempestades o que realmente é importante?
Apagões, falta de água, catástrofes... Desistir ou não? Como viver e sentir-se satisfeito no meio de tantas más notícias? Parece impossível, não é mesmo? Este texto propõe um novo olhar sobre o nosso cotidiano.

Acompanhando as diversas mídias, recentemente, temos nos deparado com notícias e mais notícias que nos assustam... A instabilidade é geral: economia confusa com altos e baixos - muitas vezes até com dados contraditórios -, caos social devido a violência, temperaturas extremas para mais e para menos, falta de água, apagão energético... Aonde isso vai parar?

Muitos vivem em grandes cidades em busca de conforto, segurança e oportunidades, mas será que é isso que encontramos?

Todos os dias o dinheiro resultante do trabalho é gasto em busca de estabilidade e segurança: uma casa, aquela tão sonhada, para ter uma base e segurança; um emprego, se for concursado melhor, pois não será demitido a qualquer momento; um convênio para garantir cuidados com a saúde; a escola particular para garantir uma educação de qualidade (mas que não necessariamente garante); um seguro para o carro, para garantir não ser pego de surpresa com gastos de reparos e após possíveis batidas, e roubos.

Podemos constatar então o quanto trabalhamos e gastamos em busca de segurança e garantias, que podem ser levadas como uma tempestade. Lembremos dos casos de Búzios ou Petrópolis em que as mansões de ricaços foram levadas pelas águas, assim como as casas das pessoas mais humildes ou as tsunamis no Japão e Indonésia que deixaram milhares de mortos e desabrigados, por exemplo. Mas não são apenas fenômenos naturais que podem mudar tudo. As vidas de milhares de pessoas foram e são repentinamente devastadas por pestes e guerras, pela morte de um ente querido ou até mesmo pela perda do emprego ou da saúde.

Outro dia houve apagão e puf! Parou hospital, metrô…

A água está no fim e agora? Ninguém vive sem esse recurso. Para onde teremos que ir para conseguir mais água?

Na crise hídrica de 2015, já se ouve aqui e ali, sobre o êxodo das grandes metrópoles, completamente secas e sem energia. Claro que esta visão pode soar exagerada, catastrófica, roteiro de Blockbuster americano, mas os sinais não são nada animadores.

Este texto não tem a função de ser pessimista, embora tenha um tom um tanto melancólico. É uma reflexão sobre a direção e a energia que colocamos em nossos sonhos e o quanto volta e meia temos que olhar para a nossa vida e refletir sobre o quanto estamos nos amarrando, enrijecidos, tentando prever o imprevisível e segurar o impalpável.

Outro dia uma senhora italiana de mais de 90 anos respondeu a um repórter de forma muito interessante a uma pergunta sobre o que fazia ela ter uma vida tão longeva: "Os problemas sempre aparecem a gente tem que fazer como uma árvore, inclinar para um lado frente a um obstáculo e para o outro frente a outro" respondeu a idosa senhora.

Sábias palavras! Inclusive existe um ditado oriental muito antigo e parecido com o desta senhora que diz que temos de ser como o bambu, que se curva aos ventos fortes e por isso nunca quebra. Algumas linhas de pensamento budistas também abordam esta questão, enfatizando o fato dos monges serem desprovidos de bens materiais, pois assim eles não precisam preocupar-se em os perder. Isto é fundamental para pessoas que possuem como meta na vida a busca do auto-conhecimento segundo eles, já que não há distrações com “bens terrenos”.

Claro que a maior parte de nós não é monge budista e está muito longe de querer viver desprovido dos confortos que a vida pode dar, porém o importante é saber que o conforto tem um preço: ele custa muito trabalho e pode não ser para sempre. As mudanças, os problemas e dificuldades são inevitáveis na vida mas a flexibilidade e busca por novos caminhos para solucionar os problemas são a grande lição.

Mas afinal diante da inevitável inconstância da vida, da falta de controle de vários aspectos será que vale a pena correr atrás do sonho da casa, do melhor emprego, de uma vida boa, já que tudo pode desaparecer de uma hora para a outra? Acreditamos que sim se o sentido de nossa busca for aprender, for ser melhor, for evoluir. A ideia não é focar no que se busca propriamente, mas no caminho a percorrer. Desistir de nossas buscas e sonhos é estar morto enquanto ainda de vive. Se perder tudo é uma probabilidade enquanto buscamos, deixar de buscar tornará a perda uma certeza inevitável!

"O que dá o verdadeiro sentido ao encontro é a busca, e é preciso andar muito para se alcançar o que está perto."

José Saramago

Assim, nós podemos até tentar construir um patrimônio ou um relacionamento sólidos, mas as adversidades vão aparecer e temos que utilizar de criatividade para buscar soluções, que não estão prontas. A busca por auto-conhecimento através de psicoterapia, meditação, fé, ciência ou seja lá o que for são instrumentos fundamentais para o nosso fortalecimento e para olhar para a vida de forma mais completa. Cada um pode achar o seu caminho.

Então que tal refletirmos sobre tudo isso? Talvez cheguemos a conclusão de que valha mais a pena construir relações mais verdadeiras, uma alma mais sólida, coisas que não serão levadas por uma tsunami e que são verdadeiros mananciais de inesgotável liquidez.

E para você? O que é essencial em sua vida? O quanto precisa para viver e sentir-se satisfeito ou satisfeita?



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