Novas reflexões sobre interações entre humanos e robôs
O festival de documentários É Tudo Verdade já ganhou as telas de SP. São 137 filmes, todos com sessões gratuitas, exibidos até dia 06 de abril.
Vale a pena assistir ao documentário “Amor mecânico”. O filme traz uma sensÃvel reflexão sobre os usos e interações dos robôs “inteligentes” em nosso cotidiano e as implicações psicológicas, tecnológicas e sociais.
Um cientista e engenheiro japonês desenvolveu, juntamente com sua equipe, um geminóide (robô idêntico a uma determinada pessoa, como um gêmeo) de si mesmo. Experiência sentida por ele mesmo como “estranha”.
Mostra o árduo trabalho da equipe em aprimorar toda a base tecnológica, motora, estética, bem como comportamental do robô, de forma a torná-lo o mais idêntico possÃvel ao cientista.
A paixão e loucura pelo desenvolvimento do geminóide é tão grande para o cientista que ele chega a expôr sua própria filha em um dos seus experimentos, observando como ela interage com o “pai-robô”. O resultado é interessante e traz amplas reflexões, embora a experiência seja eticamente questionável.
Há também estudos e experimentos com “robôs de estimação” utilizados em asilos na Alemanha, Dinamarca e Itália. Explora-se as primeiras reações das pessoas idosas em contato com o robô, o posterior apego emocional e os conflitos entre estes sentimentos e os limites e possibilidades de um objeto tecnológico. É muito interessante a mudança comportamental provocada por essas interações em uma senhora idosa.
Um dos questionamentos do filme é se as pessoas que se afeiçoam a estes robôs perdem a consciência do caráter artificial destes objetos, passando a considerá-los como seres vivos. Eu me pergunto se nós mesmos em nosso cotidiano não fazemos o mesmo com inúmeros objetos e situações…