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Que tal assistir filmes com garfo e faca nas mãos?

O cinema poder nos trazer muita inspiração em vários aspectos e também deixar impressões permanentes em nós. Que tal nos inspirarmos nos filmes para voltar a saborear as delícias da gastronomia feitas em nossa casa?

O cinema poder nos trazer muita inspiração em vários aspectos e também deixar impressões permanentes em nós. Que tal nos inspirarmos nos filmes para voltar a saborear as delícias da gastronomia feitas em nossa casa?

Se você está pensando que a ligação entre cinema e gastronomia está na pipoca lotada de manteiga que se compra na entrada da sala... melhor continuar lendo este post, mas se vc não pensa assim pode continuar lendo assim mesmo!

O cinema é farto em referências gastronômicas e é nele que, muitas vezes, me inspiro. Um destes casos foi o filme Estômago, produção ítalo/brasileira de Marcos Jorge, de onde tirei inspiração de preparar a pasta (também chamada de macarrão) sem utilizar óleo, apenas muita água e sal grosso. O resultado foi sem comparação com meu antigo modo de preparo, já que o óleo impede que o molho incorpore na massa.

Não foram só as receitas deste filme que me atraíram, também as cenas no Mercadão Municipal de São Paulo e o modo como o personagem principal, interpretado por João Miguel, aprendia os oficios de chef renomado. Aliás o filme é primoroso em mostrar como a comida pode ser um poderosos aliado em situações as mais bizarras possíveis.

Falando sobre filmes clássicos temos um dos mais famosos e aclamados: “A festa de Babette” de Gabriel Axel. Cercada por um ambiente em que os prazeres da vida são tidos como impuros uma empregada refugiada das perseguições da comuna de Paris na Suécia resolve fazer um jantar para sua despedida e comemoração do centésimo aniversário do pastor da vila em que se refugia. Rendidos pelas delícias do jantar - digno das melhores casas francesas - tanto os convidados quanto os espectadores, no caso nós, não conseguem se deter perante tantas delícias. É inevitável a vontade de seguir diretamente para a cozinha e preparar algo, nem que apenas para sentir o aroma da cebola e alho refogados.

E como podemos esquecer, nesta mesma linha do pecado da gula, do filme “Chocolate”, de Lasse Hallström. A dona da loja de doces interpretada por Juliette Binoche adoça um vilarejo inteiro, antes amargurado pelos velhos costumes e preconceitos.

Assista ao trailer

Filme “Chocolate”.

E como pude me esquecer!? Não, não posso deixar de falar do delicioso Creme Brulee do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Aquela casquinha que fica por cima do creme e que devemos quebrar com uma colher não sai de minha cabeça.

Assista ao trailer

Filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”

São tantos os filmes que retratam esta aparente insólita relação que vou listar alguns poucos. Quem sabe você já os viu mas nem prestou a atenção devida?

É interessante como ao falar de comida e cinema nos vemos cercados por outro tema que parece recorrente, o pecado, o desfrute, a gula. Tudo que nos liga ao prazer parece estar ligado com o ruim, com o impuro e a comida, ao lado do sexo, são os bodes espiatórios prediletos. Mas já existiram tempos no passado longínquo, e espero que retornem, onde o prazer de degustar uma bela refeição nos tornava, não menos, mas mais próximos aos nossos amigos e família, ao nosso ser interior, aos deuses ou ao criador (para os que partilham desta fé).

Aliás o ato de comer junto com outros, os banquetes e etc., na longínqua tradição greco-romana caracterizavam-se como um ato de hospitalidade. Um amigo meu da Dinamarca, em visita a minha residência, certa vez me disse que o maior ato de amizade é receber alguém em sua casa e lhe oferecer uma refeição. Esta prática que hoje está muito distante de nossa realidade, já que é muito mais fácil e prático encontrar os amigos em um bar ou restaurante do que ser obrigado a “se matar” na cozinha ou ficar lavando os pratos no dia seguinte.

Então por que não desistirmos dos fast e junk foods da vida, da comida ordinária que comemos aos baldes com gosto de plástico das embalagens rampeiras para preencher nosso vazio e passarmos a desfrutar da verdadeira refeição, aquela que é bem feita, que é preparada para servir de alimento e não para manter simplesmente vivo?

Prepare hoje, amanhã, ou no próximo final de semana uma refeição com suas próprias mãos, convide seus amigos para assistir um filme e depois sirva-lhes algo especial. E se você não sabe ainda cozinhar, por que não tentar?

E é para você, que vai se esforçar para começar na cozinha, que dou uma dica muito bacana de receita, tirada do livro “Jantares de Cinema” escrito por Becky Thorn, muito fácil e saboroso. É o “Big Kahuna Burger” do filme Pulp Fiction. Assim como eu, tenho certeza de que você, depois que provar um hambúrguer feito inteiramente em casa, nunca mais vai suportar olhar para qualquer daquelas burguerias que se multiplicam como parasitas nos shoppings.

Big Kahuna Burger (serve 4 pessoas) do filme Pulp Fiction (1994)

Ingredientes:

Preparação:

Acho que cabe uma última observação: comer deve ser um prazer, não uma fuga para nossas frustrações!



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