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Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo

Vencedor do Oscar 2012 de melhor curta animado, "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" ou em português "Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo" me trouxe reflexões interessantes sobre o que é ler e o porquê de se inciar nesta seleta arte.

Para leitores assíduos um livro pode criar um vínculo muito estranho, quase passional. Não são poucas as vezes em que um livro de que estou gostando muito cria uma ligação tão forte a ponto de me pegar adiando seu final. Ao invés de ler 10 ou 12 páginas por dia, passo a ler duas ou três (isto infelizmente acontece com livros chatos também), mas seu fim é inevitável.

E aquele sentimento estranho de perda, de aperto no estômago? E o personagem que irá embora ou morrer? E tudo que ele viu e aprendeu, perdeu e ganhou? Você já teve esta sensação ou será uma maluquice minha? Será que só posso ficar assim quando assisto um excelente filme, o desfecho de uma série espetacular ou uma final de copa com o Brasil?

Está tudo ali, impresso, registrado, você poderá voltar a ler novamente uma, duas, mil vezes, talvez um mesmo capítulo, talvez uma mesma frase, mas isto não diminui em nada o sentimento da perda, do fim, e o que nos resta é o que ficou, o que foi modificado dentro de nós (ou não).

Devo admitir que ler, quando estamos iniciando nesta arte, não é nada fácil. É como várias coisas na vida que temos de aprender ou fazer pela primeira vez, meio a contra gosto, porém depois, quando “engrena”, quando se “pega o jeito”, é um vício absurdo, é uma droga que faz viajar muito longe, que cria e destrói mundos e, com certeza, não passamos incólumes pela leitura de um livro, por pior que este possa ser.

Mas será que ler também pode ser, ao mesmo tempo, escrever?
Confuso?
Eu explico:

Acredito que para escrever uma história não é preciso necessariamente de “papel e pena”, ou do teclado quente de um notebook, tablet ou celular. Escrever pode ser um ato muito íntimo, escrever apenas dentro de você, na sua alma, no seu ser. Escrever, para mim, é tornar sentimento o que antes era apenas intelecto, é fixar o que foi aprendido e isto acredito que fazemos sempre que lemos.

Ver pessoas que usam livros pura e simplesmente como objetos de decoração ou mesmo notar prateleiras preenchidas com penduricalhos, ao invés de livros, provoca-me enorme tristeza, pois vejo um mundo de possibilidades perdido.

Lembro-me de um dia em que estava em uma loja de móveis e decoração com minha esposa. Repentinamente me deparo com um ambiente decorado como uma biblioteca: muita madeira, livros - mesmo que “fakes” -, e uma bela mesa de madeira escura, lugar propício para leituras inenarráveis. Foi então que ouvimos algumas pessoas ao nosso lado comentando: “Credo, que coisa velha!".

Sim, acho que ler um bom livro está se tornando coisa de velho.

E olha que nem me importo com as modernas tecnologias, aliás as adoro, mesmo porque trabalho 12 horas por dia, todos os dias, com e para elas. Tenho um tablet e um celular em que consigo comprar e ler livros digitais e acho ótimo, mas apenas para a literatura técnica, que fique claro!

Mas estas reflexões de um chato leitor não vieram sozinhas. O que as despertou foi, justamente, a leitura de um livro, vejam vocês que coincidência. Tal livro me foi dado por uma grande amiga que, assim como eu, se apaixonou pela leitura.

O tal livro chama-se “Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo” e este é baseado em uma premiada animação, que vocês podem assistir logo abaixo:

A história mostra Modesto Máximo lendo as histórias de outros e cuidando de preservá-las, o que fez com que despertasse sua vontade de também escrever a sua prória.

E para você, o que significam os livros? Assista ao curta metragem, sinta o que eles trazem para você e comente aqui!



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