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Quem tem medo da Arquivologia ? Os caçadores do conhecimento e outras histórias

O curso superior de Arquivologia na visão geral de um estudante da área: Desmistificação e relação com outros cursos e ciências

Voltar a estudar não é uma decisão fácil, porém ainda mais difícil é tentar explicar o que você está estudando. Imaginem se você estuda Arquivologia... "Arqui" o quê? Como dizem muitos desavisados por aí. Estudar Arquivologia não requer tanto mistério ou saber em ciências perdidas, envolve dedicação e esforço como é de se supor quando se leva a vida um pouco a sério. O negócio é ter de explicar todo santo dia o que é essa tal de Arquivologia! Não se espante em ouvir coisas do tipo: "Que legal! Você já participou de alguma escavação arqueológica? Tem de gostar muito de bibliotecas não é? Você vai mesmo estudar para guardar documentos?", dentre outras perguntas que não dá nem para citar aqui.

Para falar a verdade, nós sabemos que além dos cursos tradicionais nas áreas de Engenharia, Direito e Medicina, que formam os profissionais "doutores", a grande maioria das profissões ainda enfrenta percalços numa sociedade essencialmente voltada para o imediato e com necessidade de classificar e monetizar o conhecimento. O peso social e retorno financeiro do que você vai estudar ainda assombram e leva ao divã muita gente boa de várias gerações.

Como estudante ainda calouro, já pude perceber que a Arquivologia tem muito mais tintas e pincéis do que o senso comum costuma pintar por aí. Em termos teóricos, todo documento produzido ou recebido no âmbito das organizações pode ser matéria de estudo dessa ciência não tão jovem assim - os primeiros registros de arquivos nos levam à antiguidade e ao início da escrita como forma de contar histórias e feitos dos povos que sonhavam em guardar essa memória para a futura posteridade. Como poderíamos saber das coisas como hoje as conhecemos sem a leitura de documentos perfeitamente conservados durante séculos? Desde cedo é o arquivologista que responde pelas funções de seleção, preservação e difusão desses valiosos recursos traduzidos em informação.

Confundida injustamente com História, Museologia e Biblioteconomia no ramo das ciências da informação, a Arquivologia vem aos poucos tentando ocupar seu lugar ao sol como um estudo dinâmico, atual e independente. Afinal o conceito de arquivo é muito mais amplo e corrente em nossas vidas do que poderíamos supor. Arquivos digitais, fotográficos e musicais se fazem tão onipresentes em nosso dia a dia, que nem sequer percebemos. Só notamos a importância de um arquivo (informação) quando precisamos dele ou quando o perdemos. Muita energia e dinheiro são gastos nas empresas por conta de documentos não encontrados, mas também outros tantos milhões podem ser economizados devido à coerência e organização dos seus arquivos.

Um problema atual que preocupa os governos e organizações é o risco da guarda e compartilhamento de documentos importantes e confidenciais em ambientes virtuais. O crescimento descomunal de arquivos digitais e como organizá-los mantendo sua segurança, preservação adequada e fidedignidade é um desafio que atormenta as autoridades e especialistas ainda sem solução definitiva.

Na teoria, todo arquivo em sua fase permanente guarda em si uma memória única e relevante que precisa ser respeitada. Se no passado preservamos a carta de Pero Vaz de Caminha, no futuro poderemos ter o e-mail com alguma declaração histórica importante gravado na "nuvem" de um país estrangeiro.

Nessas poucas linhas podemos notar quão amplo é o estudo da Arquivologia. Podemos até, sem querer pedir muito, parar e refletir alguns instantes e perceber uma nova dimensão para esse campo de estudos muito além dos cantos empoeiradas e com pouca luz das corporações.

Parando para pensar... pode ser que esteja pedindo até demais deste mundo que fala tanto, mas que esqueceu de ser ouvinte. Talvez então, quem sabe, possamos vislumbrar que bem longe das previsíveis salas escuras e escondidas, o Arquivologista pode estar navegando no ciberespaço entre servidores e nuvens!



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