Alerta aos pais e educadores: Jovens x Internet
Os perigos da Internet para os nossos jovens são muitos. A maior parte deles está ligada ao crime da pedofilia, depois vem os crimes de racismo e de apologia a violência. E tudo isso é extremamente preocupante. Temos que prestar mais atenção, como pais e educadores por onde andam nossos jovens nesse chamado mundo virtual.
Desde muito cedo, por volta dos sete anos de idade, crianças já sabem melhor do que muitos adultos navegar na Internet. Eles também já sabem colocar seu perfil nos sites de relacionamento, como o Orkut, muitas vezes deixando ali várias pistas sobre seus dados pessoais, como nome e sobrenome, fotos, colégio em que estudam, cidade onde moram. O problema é que as crianças e os adolescentes não têm maturidade para saber o quanto isso pode ser perigoso e se julgam capazes de perceber, num chat, se quem está do outro lado tem más intenções ou não, se mente sobre a idade ou não, se é honesto sobre o que fala ou não. Então é importante o trabalho dos pais e dos educadores no sentido de advertir, da mesma forma que quando falam para as crianças não falarem com estranhos ou não aceitarem nada vindo destes, falarem também que o mesmo vale no ambiente virtual.
As pesquisas demonstram que, a maior parte dos pais tem preocupações a respeito do que os filhos estão fazendo na Internet, mas ao mesmo tempo eles não impõe nenhuma regra restritiva ao seu uso. Os filhos ficam, assim, livres para se expor, conversar e até mesmo marcar encontros com estranhos sem que os pais fiquem sabendo. Muitas vezes até os pais não acreditam que os filhos ao menos saibam navegar na internet e ignoram o caso. As crianças são espertas, quando querem fazer algo assim, mesmo que não tenham acesso em casa, vão até a casa de um amigo ou a alguma lan-house para entrarem nestes sites. Existem crianças que participam desses sites por pressão dos colegas, porque o círculo de amizades vai se expandindo até que, por exemplo, uma escola toda participe de um grupo de relacionamento. Ou seja, é difícil para aquela criança ficar de fora.
E os perigos seguem efetivamente reais. Basta que uma pessoa sente em frente a um computador, entre num site de relacionamentos e se passe por uma criança, que logo aparecem pessoas mal intencionadas, oferecendo passeios de carro, marcando encontros, fazendo perguntas maliciosas. As crianças pode por vezes perceber que há algo de errado naquelas perguntas, comentários ou propostas, mas nem sempre terão discernimento para não darem prosseguimento àquela interação. Existem nesse momento inúmeros criminosos navegando na internet, em busca de vítimas. Podemos chamá-los de bandidos digitais. São pedófilos, racistas e preconceituosos raciais que se utilizam o site do Orkut, que pertence à empresa Google, para tentar marcar encontros e difundir idéias racistas ou comportamentos anti-sociais, que incentivam a violência e atá mesmo os crimes de assassinato. A Safernet, no Brasil, é especializada no combate aos crimes na Internet e já recebeu milhares de denúncias contra o Orkut.
Felizmente, alguns sites trazem dicas de como proteger as crianças e os adolescentes desses criminosos. Um deles é o Núcleo de Pesquisa sobre psicologia e Informática da PUC-SP, o site do Instituto da criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Site do professor Waldemar W. Stezer, do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, a organização Childnet, são alguns exemplos de boas fontes de pesquisa e aprofundamento sobre o assunto. O interessado pode tirar dúvidas, conhecer todos os perigos presentes na Internet e encontrar várias dicas de proteção para a navegação segura.
E sobre o assunto navegação segura, tem-se igualmente uma variedade de recursos para esse fim na própria Internet. Por exemplo, os programas que bloqueiam os sites questionáveis, monitoram a navegação e não permitem o envio de dados pessoais através da rede. Um deles é o CyberPatrol, que tem um filtro formado por 12 categoria de listas, entre os assunto estão pornografia, satanismo e educação sexual. Os pais então escolhem quais palavras chave deverão aparecer nos filtros e bloquear o acesso às páginas que contêm essas palavras. É uma boa forma de controle. Outro recurso é o ChatGuard, que impede que a criança divulgue dados pessoais, pode também limitar o tempo de uso de acesso à Internet. Com esses filtros, os pais podem estar um pouco mais seguros.
Há alguns cuidados essenciais para que crianças e adolescentes possam navegar de maneira mais segura, seriam alguns exemplos: que atá os nove anos, as crianças só naveguem acompanhadas dos pais, depois disso, sozinha, mas sob orientação; com relação ao tempo, duas horas diárias de Internet é suficiente, mais que isso pode ser prejudicial; é importante discutir segurança com as crianças, apresentar os riscos e orientá-las sempre; ficar atento aos chats e jamais permitir que uma criança se encontre pessoalmente com alguém que conheceu pelo meio virtual; orientar as crianças também para não abrirem anexos, pois eles podem ter conteúdos maliciosos; é importante ter cuidado com amigos virtuais da mesma maneira que temos com pessoas que nos relacionamos pessoalmente.
Nas escolas os cuidados também podem e devem ser tomados, porque o papel do professor também torna-se fundamental. Segundo Sandra Elias, que é especialista em informática na educação e que dá aulas para alunos de uma escola em Campinas, é importante se usar a discussão para direcionar o uso da Internet da melhor maneira possível. Nessa escola os alunos realizam debates antes de acessarem conteúdos. A professora orienta e alerta os alunos sobre recebimento de e-mails e mesmo de vírus e os chama a atenção para as consequências. Essa professora tem uma aluna da 7ª série que só acessa a Internet junto com a mãe. Outros alunos têm em casa programas de controle, que filtram os conteúdos. Nas salas de aula, a Internet já é usada para complementar o currículo. Algumas escolas incentivam o uso da rede a partir dos cinco anos. Segundo o professor Waldemar W. Stezer, acima mencionado, a internet acelera o desenvolvimento intelectual das crianças, fato que não é acompanhado pelo desenvolvimento emocional. Porém pensa que esse acompanhamento na sala de aula é importante porque há uma continuidade e tudo vai acontecendo aos poucos.
Os Estados Unidos se posicionam com relação à proteção das crianças tendo como o centro das discussões a Educação. Segundo um relatório realizado naquele país, não há um modo definitivo de se proteger as crianças, salvo se há uma combinação de medidas aliadas à uma efetiva educação.